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Autismo: Preocupação Mundial – Prevalência

  • Postado em 04/02/2021
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Segundo a Associação Americana de Psiquiatria (APA, 2013), o Transtorno do Espectro   Autista   (TEA)   é   definido   como   um   conjunto   de   anormalidades do comportamento,   caracterizado   por   prejuízo   da  interação   e   da   comunicação   social, acompanhado  por repertórios  restritos  e repetitivos  de comportamentos,  atividades  e interesses. Este transtorno se manifesta nos três primeiros anos de vida e persiste na vida adulta (Paul  Ashwood et al., 2004).
A grande variabilidade na manifestação dos prejuízos em habilidades sociais, comunicação   e   padrões   de  comportamento,   tornou   mais   apropriado   o   uso   do  termo“espectro” em Transtornos do Espectro Autista (APA, 2013). Tal termo também foi adotado pelo novo CID - 11, vigente no Brasil a partir de janeiro de 2022.
O autismo tem despertado grande interesse de estudiosos a partir das últimas décadas   devido   a   sua   causa   ainda   ser   desconhecida,   porém   sabidamente   com   forte componente genético e fatores ambientais, e também devido a sua elevada prevalência,que varia em torno de 0,6 - 1% da população (Fombonne 2009; Kim, 2011; Willians,2005).
A partir de dados mais concretos realizados pelo Centro de Controle de Doenças(CDC) dos Estados Unidos é evidenciada uma curva crescente de prevalência do TEAnos EUA em crianças de 8 anos de idade: de 1 autista para cada 150 crianças em 2007,para 1 autista a cada 68 crianças no ano de 2014, para 1 autista para cada 59 no ano de2018. Em 2020, a prevalência de autismo nos EUA teve um incremento de 10 %, sendo agora 1 autista para 54 crianças. Kogan et al. (2018), ainda, apresenta um novo dado emque a prevalência do TEA relatada pelos pais de crianças norte americanas  de 3-17
anos, usando a pesquisa NSCH (Pesquisa Nacional de Saúde Infantil), foi de 1 autista para cada 40 crianças, confirmando a grande ascendência de casos nos últimos anos.
Estudos científicos do mundo inteiro têm colaborado com o maior conhecimentodos   níveis   cognitivos   associados   aos   Transtornos   Globais   do   Desenvolvimento   e autismo, com a ampliação dos conceitos ao longo do tempo corroborados pelo novo DSM-V, com o maior conhecimento das condições médicas associadas ao TEA e com uma   avaliação   mais   criteriosa   dos   profissionais   que   atuam   diretamente   com  esses indivíduos.   Sabemos   que   o   olhar   preventivo   garante   intervenções   cada   vez   mais precoces,   o   que   interfere   diretamente   no   prognóstico   quanto   à   funcionalidade   da criança, adolescente e adulto com autismo.